O livroHistórias que eu não contei, do escritor Fernando Schiavini, foi lançado em uma noite de celebração no distrito de Taquaruçu, no último sábado, 13. O evento ocorreu no mesmo período em que o distrito recebeu atividades daTeia Tocantins 2025: Pontos de Cultura pela Justiça Climática. A data também marcou o aniversário do autor. A obra foi viabilizada pelo Governo do Tocantins, por meio da Secretaria de Estado da Cultura (Secult), com recursos da Política Nacional Aldir Blanc (Pnab).

O lançamento contou com a presença da secretária-executiva da Secult, Valéria Kurovski, que responde interinamente pela pasta; e da assessora de gabinete Lara Faez. No livro, o autor apresenta histórias ocorridas em aldeias indígenas e em cidades da Amazônia, a partir de experiências iniciadas ainda na década de 1970, quando passou a trabalhar pela Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai).

Durante o lançamento, Fernando Schiavini explicou que o livro dialoga diretamente com sua trajetória profissional e pessoal. “Esse livro reúne histórias reais de quando, aos 21 anos, fui para a Amazônia trabalhar com os povos indígenas. São relatos fortes, algumas vezes curiosos, que fazem parte da minha vivência ao longo de 40 anos nessa função”, afirmou.

O autor também destacou que a obra funciona como um complemento de seu primeiro livro,De Longe Toda Serra é Azul – Memórias de um Indigenista, publicado em 2006. “Esse novo livro traz histórias que não entraram na obra anterior. São passagens vividas tanto nas aldeias quanto nas cidades amazônicas, com experiências que ajudam a entender um Brasil pouco conhecido”, completou.

Ao comentar a importância das políticas públicas de fomento à cultura, Fernando Schiavini ressaltou o papel da Pnab na viabilização do projeto. “Se não fosse esse recurso, eu provavelmente não teria publicado esse livro. Hoje em dia, é muito difícil publicar de forma independente. São memórias históricas do antigo Goiás e do atual Tocantins e essa política possibilitou registrar e compartilhar essas histórias”, pontuou.

Sobre o autor

Fernando Schiavini é mineiro, natural de Ituêta, no Vale do Rio Doce, próximo à divisa com o Espírito Santo. Iniciou sua carreira como indigenista em 1974, aos 21 anos, após aprovação em concurso público da Funai, onde atuou como chefe de posto indígena na Amazônia.

Ao longo de sua trajetória, conviveu com diversos povos indígenas na Amazônia e no Centro-Oeste. Participou do processo de recuperação de sementes tradicionais junto ao povo Krahô, iniciativa que ganhou repercussão internacional. Pelo trabalho, recebeu, em parceria com os indígenas, os prêmios Ação Pública e Cidadania, da Fundação Getúlio Vargas, e Slow Food da Agrobiodiversidade, concedido pelo Instituto Slow Food da Itália.

Fernando Schiavini é idealizador e coprodutor da Aldeia Multiétnica, realizada na Chapada dos Veadeiros (GO), e participou da produção de documentários voltados à temática indígena e à diversidade cultural brasileira.