O Governo do Tocantins, por meio da Secretaria de Estado da Cultura (Secult), reuniu, nessa quarta-feira, 11, no auditório do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), em Palmas, representantes de todos os setores culturais para ouvir demandas, sugestões e propostas que irão subsidiar a construção do Plano de Aplicação de Recursos (PAR) da Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura (Pnab).

Durante a escuta pública, mais de 15 artistas e fazedores de cultura de áreas como literatura, música, teatro, audiovisual, dança, cultura popular, artesanato, cultura cigana, entre outros, fizeram uso da palavra e apresentaram contribuições, defendendo as necessidades e as singularidades de seus segmentos. A diversidade das manifestações artísticas presentes mostrou o quanto a escuta pública é um momento positivo e necessário para o fortalecimento da política cultural no estado.

A escuta é parte de um processo democrático e participativo que busca fortalecer o diálogo com quem produz arte e cultura, para garantir que os recursos cheguem de forma justa e eficaz às diversas expressões culturais do estado. “Nós do Governo do Tocantins, por meio da Secult, estamos muito felizes com essas escutas e tudo que ouvimos aqui. O objetivo é ouvir vocês e construir editais cada vez melhores”, destacou o secretário de Estado da Cultura, Tião Pinheiro.

A presidente da Comissão Permanente de Editais e gerente de Convênios da Secult, Simone Moura, enfatizou que a escuta ativa é fundamental para o aperfeiçoamento da Pnab no Tocantins. "As escutas são momentos essenciais para ouvir as necessidades reais dos territórios e construir editais que reflitam essas demandas", pontuou.

Participação ativa e contribuições dos setores culturais

Com uma trajetória de mais de quatro décadas tocando na noite palmense, o músico Toninho Borges foi uma das vozes que representaram os profissionais da música durante a escuta. Em seu pronunciamento, o artista relatou as dificuldades enfrentadas por artistas que atuam em bares e espaços populares para acessar editais públicos de cultura.

“O músico da noite não consegue nem sequer fazer uma proposta, imagine participar de um edital. É preciso simplificar. Muitos dos nossos colegas não têm acesso à faculdade, mas isso não significa que não sabem escrever ou criar”, salientou.

Durante participação na escuta, o coordenador do Comitê de Cultura no Tocantins (Fetac), Kaká Nogueira, reforçou a necessidade de políticas culturais sensíveis às diferentes realidades dos fazedores de cultura tocantinenses. “É fundamental fortalecer toda a cadeia produtiva das artes com recursos adequados a cada realidade”, declarou.

As contribuições colhidas durante o encontro serão analisadas e utilizadas na construção do plano de aplicação de recursos da Pnab, ferramenta que vai orientar a distribuição dos recursos federais nos próximos ciclos da política no Tocantins, que será plurianual. A proposta é garantir que as ações estejam alinhadas às demandas dos diversos segmentos culturais do estado.

Também estiveram presentes no evento a secretária-executiva da Secult, Valéria Kurovski; o presidente do Conselho de Políticas Culturais do Tocantins (CPC/TO), Elpídio de Paula; o superintendente substituto do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) no Tocantins, Alessandro Lopes; demais conselheiros do CPC/TO, artistas de diversas áreas, e participantes via YouTube.