O Governo do Tocantins, por meio da Secretaria de Estado do Trabalho e Desenvolvimento Social (Setas), promoveu, entre os dias 24 e 27 de junho, na região do Bico do Papagaio, a oficinaO Papel da Assistência Social no Combate ao Trabalho Escravo e o Fluxo de Atendimento às Vítimas, com o objetivo de garantir que vítimas resgatadas do trabalho escravo recebam o suporte necessário para uma reinserção digna na sociedade e que os técnicos da assistência social dos municípios estejam cada vez mais preparados para identificar, denunciar e erradicar o trabalho análogo à escravidão.
A ação, que ocorreu nos municípios de Itaguatins, Angico, São Bento do Tocantins, Ananás e Luzinópolis, foi realizada em parceria com a Comissão Pastoral da Terra (CPT), o Ministério Público do Trabalho (MPT) e o Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região (TRT-10). Além das oficinas, a Setas e os parceiros envolvidos trabalham efetivamente para assegurar que as ações sejam realizadas de forma contínua, por meio do acompanhamento periódico das equipes técnicas e da realização de novas capacitações.
“A atividade busca fortalecer o trabalho decente e capacitar profissionais da rede socioassistencial para identificar, acolher e encaminhar vítimas resgatadas do trabalho escravo, além de reforçar a importância da prevenção e da mobilização social nos municípios”, pontuou a gerente do Trabalho Decente do Sistema Nacional de Emprego (Sine), Meirí Macedo, ao ressaltar que o conhecimento adquirido nas oficinas servirá de base para a elaboração de planos municipais que reforcem a prevenção e o combate ao trabalho escravo.
A secretária de Assistência Social do município de Ananás, Elzoneide Pereira, destacou a importância da iniciativa para os profissionais da rede. “Esse momento foi fundamental para que as equipes entendessem melhor a realidade do trabalho escravo e soubessem encaminhar as vítimas de forma correta e humanizada. Nosso papel, aqui em Ananás, é garantir um acolhimento qualificado para que essas pessoas tenham seus direitos respeitados e consigam recomeçar suas vidas com dignidade”, enfatizou.
“Aqui na região, muitas famílias já viveram situações difíceis, por isso a comunidade precisa estar bem informada para denunciar e prevenir novos casos”, salientou a conselheira e representante da sociedade civil, Karley Maria Silva.
O palestrante da Superintendência do Trabalho e Emprego, A’Eronssaytt Gomes, explicou que o combate ao trabalho escravo depende de uma rede integrada e preparada. “Esse enfrentamento só será efetivo com todos os atores — assistência social, sociedade civil, órgãos de fiscalização e justiça — alinhados e capacitados. Essas oficinas têm exatamente essa proposta: fortalecer o conhecimento e o fluxo de atendimento para que nenhuma vítima fique desassistida quando for resgatada”, concluiu.
Ao fim da programação, os participantes receberam materiais informativos e orientações práticas para subsidiar o trabalho em suas comunidades.