O Governo do Tocantins, por meio da Secretaria da Cultura do Tocantins (Secult), celebrou o Dia Nacional do Patrimônio Cultural, comemorado nesse domingo, 17, ressaltando a importância de proteger, promover e valorizar as manifestações que compõem a identidade do povo brasileiro. No Tocantins, essa data ganha um significado especial, pois abriga um vasto e diversificado conjunto de bens culturais, que vão de monumentos históricos e cidades tombadas a festas, saberes tradicionais e expressões populares.

Nesse cenário, a Secretaria da Cultura do Tocantins tem atuado de forma contínua para proteger e promover esses bens, seja com ações de manutenção, restauro, mapeamentos, inventários e dossiês que estão sendo executados pelo Governo do Estado. "Celebrar o Dia Nacional do Patrimônio Cultural é reafirmar o compromisso do Tocantins com a preservação da nossa memória e identidade, além de ser uma das missões confiadas a nós pelo governador Wanderlei Barbosa. Cada bem cultural, seja uma festa tradicional, um ofício ancestral ou uma construção histórica é uma ponte entre o passado e o futuro. Nossa missão é garantir que essas manifestações sigam vivas, fortalecendo o sentimento de pertencimento e orgulho do nosso povo”, afirma o secretário da Cultura do Tocantins, Tião Pinheiro.

Celebrar a data para o Tocantins é reafirmar o compromisso de manter vivas as histórias e tradições que moldam a essência de seu povo. Cada igreja, cada festa, cada canto e cada peça artesanal não apenas contam o passado, mas também inspira o presente e abre caminhos para que a cultura siga sendo fonte de orgulho e pertencimento para as futuras gerações, como reforça o superintendente de Incentivo e Fomento à Cultura, da Secult, Antônio Miranda. “Hoje celebramos essa data que nos convida a valorizar e preservar as riquezas culturais do Brasil. No Tocantins, o patrimônio é representado pela arquitetura colonial, as festas tradicionais, as expressões populares e o saber fazer do nosso povo”, complementa o superintendente.

De acordo com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), o patrimônio cultural não se restringe a prédios e objetos, mas abrange também festas, saberes, ofícios, músicas, danças e tradições que fortalecem laços comunitários e atravessam gerações.

Patrimônio Cultural Material

O patrimônio cultural material do Tocantins reúne construções, centros históricos tombados, monumentos, objetos artesanais e espaços de memória que narram a trajetória do Estado e de seu povo.

No Tocantins, são referências do patrimônio: o Museu Histórico do Tocantins – Palacinho, primeiro prédio público construído em Palmas, feito em madeira de jatobá, o Palacinho foi sede do governo estadual e hoje abriga acervo histórico, artístico e etnográfico. Tombado em 1992, o espaço é símbolo da história recente do Tocantins e recebe ações permanentes de preservação.

O Centro Histórico de Natividade, cidade tombada pelo Iphan, mantém construções coloniais erguidas em pedra canga, igrejas históricas e ruínas de templos do período escravocrata. A cidade é também um polo de produção artesanal, com destaque para as joias em filigrana de ouro.

O Centro Histórico de Porto Nacional, está localizado no município conhecido como “Capital Cultural do Tocantins”, que conserva seu casario do século XIX, praças e templos, como a Catedral de Nossa Senhora das Mercês. A cidade preserva a atmosfera de tempos antigos e mantém viva sua tradição religiosa e cultural.

As joias em filigrana de Natividade também são referências culturais do estado. A arte de moldar fios de ouro em desenhos delicados é uma tradição secular herdada da colonização portuguesa. Hoje, ourives locais continuam a produzir peças que encantam turistas e colecionadores.

Construções religiosas e mobiliário artesanal, igrejas, praças e objetos como gamelas e jacás confeccionados em madeira de buriti traduzem a habilidade artesanal e o conhecimento transmitido de geração em geração.

Patrimônio Cultural Imaterial

Já o patrimônio cultural imaterial se manifesta nas festas populares, nas danças, nas expressões religiosas, nos saberes tradicionais e nas práticas transmitidas de geração em geração. É nele que pulsa a essência viva da cultura tocantinense, revelada em romarias, artesanatos, cantos, ritmos e rituais que mantêm viva a identidade coletiva. Essas manifestações, embora intangíveis, fortalecem os laços comunitários, preservam a memória afetiva e garantem que o legado cultural continue sendo renovado e celebrado pelas novas gerações.

Confira alguns dos principais patrimônios culturais imateriais: Festa do Divino Espírito que ocorre em todo o estado é uma das maiores celebrações religiosas do Tocantins, reúne cortejos, cantos, encenações e rituais que misturam fé e identidade cultural, mobilizando toda a comunidade.

Artesanato de capim-dourado é símbolo da identidade tocantinense. O capim dourado é transformado em peças artesanais que combinam beleza e sustentabilidade, especialmente na região do Jalapão.

A corrida de toras dos povos Timbira (Krahô e Apinajé) é uma prova de força e resistência, tradição indígena realizada coletivamente e reforça valores como união e pertencimento.

Referência também do patrimônio cultural imaterial é a ourivesaria em filigrana de Natividade. O saber-fazer da filigrana é um patrimônio imaterial passado de mestres para aprendizes, garantindo a continuidade de uma técnica delicada e refinada.

As bonecas Karajá Ritxòkò e Ritxòò são mais do que peças de cerâmica, carregam histórias, crenças e valores, transmitindo a memória cultural do povo Karajá.

A dança da Suça acompanhada de tambor e jiquitaia, une música, dança e canto em celebrações comunitárias cheias de energia. A produção de bolos e biscoitos Amor-Perfeito é declarado como patrimônio cultural pela Lei estadual nº Lei 2.185, de 10 de novembro de 2009. Na culinária centenária, receitas passadas de geração em geração preservam o sabor e a memória afetiva das famílias tocantinenses.

Congos e Taieiras são expressões festivas com canto, dança e vestimentas tradicionais que unem devoção e espetáculo, fortalecendo a identidade das comunidades.