O Governo do Tocantins, por meio da Secretaria de Estado da Cultura (Secult), teve grande destaque na 7ª Edição da Feira Nacional de Artesanato e Cultura (Fenacce), que começou na terça-feira, 9, e terminou nesse domingo, 14, no Centro de Eventos do Ceará, em Fortaleza/CE.
Durante o evento, foram vendidas 2.125 peças de artesanato em capim-dourado (R$ 63.266,00) e 10.480 encomendas (R$ 33.930.00), totalizando R$ 97.196,00 em itens comercializados.
O estande tocantinense recebeu inúmeras visitas, desde moradores de Fortaleza, pessoas de outros estados e antigos moradores do Tocantins que, ao passar pelo local, paravam para conversar, relembrar suas cidades e admirar a rica cultura tocantinense representada pelas peças de artesanato.
A coordenadora do Programa do Artesanato Brasileiro (PAB) no Tocantins, Núbia Cursino, destacou a relevância da participação. “O Tocantins tem uma produção artesanal que emociona. Ver nossas peças ganhando espaço e reconhecimento mostra o valor da nossa cultura e da dedicação dos nossos artesãos”, pontuou.
A coordenadora-geral do PAB, Ana Beatriz Ellery, também elogiou o estado. “O Tocantins sempre tem uma presença marcante no espaço do Programa do Artesanato Brasileiro, seja com capim-dourado, madeira, buriti ou produtos indígenas. O estado está sempre muito presente”, enfatizou.
A organizadora do evento, Stella Pavan, que já anunciou a data da próxima feira, prevista para ocorrer entre os dias 8 e 13 de setembro do próximo ano, não poupou elogios ao artesanato tocantinense. “O Tocantins tem um brilho especial. Acredito que as peças têm uma pegada de memória, de ancestralidade, porque é um artesanato riquíssimo, não só pela cor, que é cor de ouro e chama muita atenção, mas pela riqueza dos detalhes”, evidenciou.
Saberes ancestrais e identidade tocantinense
O artesanato produzido com sementes do Cerrado, miçangas, palha de buriti e outros materiais atraiu a atenção de quem passava pelo estande tocantinense. Entre os expositores, estava a artesã indígena Cristina Tehtewyj Khahô, representante do povo Khahô, da aldeia Mangabeira, localizada no município de Itacajá. “Eu fiquei muito feliz em participar da feira”, salientou a artesã.
O artesanato de Cristina chamou tanta atenção que, de uma só vez, ela vendeu aproximadamente 50 cofos de palha de buriti para o empresário cearense Tancredo Queiroz. “O cofo, aqui em Fortaleza, não existe. E eu não sabia que era uma arte do Tocantins. E é muito procurado na minha loja”, explicou.
O indígena Txibie Karajá, que mora em Palmas e é artesão na área de miçangas e madeira, também levou as bonecas Ritxoko à feira. “É um sentimento de muita alegria, porque é uma oportunidade de dar mais visibilidade ao meu povo, à minha etnia e também ao meu trabalho”, celebrou.
Rodrigo Tremembé, indígena do povo Tremembé, do município de Itarema/CE, da Aldeia Córrego João Pereira, adquiriu duas peças indígenas e revelou que levaria para sua aldeia para promover um intercâmbio cultural. “Eu levo um pouco do artesanato tocantinense para o meu território, para mostrar a cultura de outro povo e estar fazendo essa troca, esse intercâmbio”, concluiu.